domingo, 18 de setembro de 2022

UM ROTEIRO PELA PUGLIA - POLIGNANO AO MARE E ARREDORES.

 Como falei no post anterior, deixamos 5 noites para a região de Polignano ao Mare e arredores, com suas cidadezinhas fantásticas,  como  Alberobello com suas casinhas de telhado em formato de cone (os trulli), Ostuni (a cidade branca com centro histórico charmosíssimo)  Cisternino com suas ruelas que parecem ter saído de filme, Bari , além das cidades litorâneas de Monopoli , entre outras que vamos relatar ao longo do roteiro.




DIA 5

Subimos de carro de Otranto em direção a Brindisi, aonde pegaríamos nossos filhos no aeroporto, para seguirmos para Polignano ao Mare, nossa base nessa região.

Ficamos no Hotel Cala Ponte, a minutos a pé ou de tuk-tuk de Polignano. Quartos e piscina muito bons.Os pontos negativos foram a internet e o café da manhã, mas nada que estragasse a estada.

Deixamos as malas no hotel , aproveitamos um pouco a piscina e saímos para passear em Monopoli.









A cidade fica escondida no alto de um penhasco, nove metros acima do nível do mar. Suas ruas são verdadeiros labirintos que guardam muitas igrejas, monastérios, criptas e casas brancas antigas onde moram menos de 50 mil pessoas. Algumas dessas construções datam do século VII quando os lombardos e mais tarde os bizantinos transformaram o local num importante porto comercial. 

A boa é sair andando sem pressa pelas vielas cheias de flores do centro histórico, caminhar pelo porto antigo, ver os pescadores trabalhando, muitas noivas casando.





Não deixe de prestar atenção ao Castelo de Carlo V que foi edificado no século XVI de frente para o mar, Catedral de Santa Maria del Suffragio, Duomo, Igreja San Domenico, Cripta Madonna del Soccorso  e a Cala Porta Vecchia.



Jantamos num restaurante de localização incrível, de frente para o mar, ou melhor, em cima do mar, o La Peschiera.



DIA 6

Passeamos por Polignano al Mare .



De grande importância, Polignano a Mare faz parte da Província de Bari e sua origem é muito antiga. Imaginem que a estrada Appia Traiana aberta entre 108 e 110 d.C, que se unia com a Appia Antica e ligava Roma a Brindisi, passava por Polignano a Mare e na época fez de Polignano um importante centro comercial. Imagine que ainda hoje você pode ver restos da estrada romana e caminhar sobre ela, poderá ver um pequeno pedaço das ruínas quando passar pela Ponte Borbonico ou Lama Monachile que leva até a praia Lama Monachile e que também é chamada de Cala Porto, isso porque ali existia mesmo um porto, isso no século XV, durante a dominação veneta. Hoje a Lama Monachile ou Cala Porto é a praia mais famosa de Polignano. A Piazza Vittorio Emanuele II é o ponto mais central. Visitamos a Igreja da Matriz, a torre do relógio . Exploramos  todo centrinho .







Na cidade existem vários mirantes de onde se pode ver a principal praia, a  Cala Porto ou Lama Monachile, as grutas marinhas, apreciar aquele mar maravilhoso.
Depois de apreciar do alto toda esta beleza resolvemos descer até a praia ,pela  escadaria ao lado da ponte , após descer as escadas pisamos  nos restos da estrada Traiana.  Tomamos um banho delicioso.



Atravessando a Ponte, você pode seguir até a estátua de Domenico Modugno, aquele famoso cantor de Volare,essa estátua foi projetada e construída pelo escultor argentino Hermann Mejer, e se apresenta de braços abertos, nos dando a impressão de que Modugno quisesse cantar e (encantar!) aos moradores e turistas com sua famosa e animada música:“Volare”; a música ficou famosa em 1958 após ser apresentada em Sanremo. Só vimos à noite, mas está em obras.

Como estava calor, e a praia da cidade é muito cheia e pedregosa, fomos para as praias de Monopoli, aonde ficamos no Lido bambu. Delicioso, confortável e comidinhas gostosas.



À noite, fechamos com chave de ouro, jantando no restaurante Grotta Pallazesse. Afinal, era nossa comemoração de  30 anos de casados. Um sonho realmente. As fotos falam por si só.







Depois passeamos por Polignano iluminada.




DIA 7

O dia era para Matera, cidade da Basilicata a 50 minutos de Polignano. Como o caminho era por Bari, aproveitamos para conhecer o centro histórico de Bari, que achamos um charme, cheio de senhoras preparando os orechiettes ( massa típica da Puglia) na rua , e provamos a deliciosa foccaccia barese.












No início da tarde, seguimos para a impressionante cidade de Matera, a terceira cidade mais antiga do mundo, com canyons em toda sua volta. São quase 150 igrejas!





O lugar é habitado desde o Paleolítico por nômades que construíram seus abrigos em desfiladeiros de rocha calcária, material parecido com o do solo da Capadócia. Por volta do ano 1000, surgiram as casas que se mantêm intactas e que ficaram conhecidas como Città dei Sassi, ou Cidade das Rochas. Sassi é o plural de sasso, que significa “rocha” em italiano. No caso de Matera, esse foi o nome dado aos dois bairros históricos da cidade.As moradias estão distribuídas em duas áreas distintas, o Sasso Caveoso e o Sasso Barisano. O indicável é visitar o lugar no fim de tarde, sempre. 



No Sasso Caveoso e no Sasso Barisano, mesmo o passeio mais despretensioso já te coloca diante de uma mistura de habitações quase que completamente escavadas na rocha com casas antigas, mas que foram totalmente reconstruídas. Algumas poucas, inclusive, já se converteram em restaurantes, pousadas e lojas de souvenir, mas ainda não são tão numerosas a ponto de tirar o charme do lugar.





Há também as igrejas rupestres escavadas na rocha entre os séculos 8 e 13, muitas cobertas de afrescos bizantinos, como a Dell’Idris Madonna, San Giovanni Monterrone e San Pietro Barisano, até a românica Cattedrale di Matera e a barroca Chiesa di San Francesco d’Assisi.







É preciso estar preparado para muitas subidas e descidas!









Fizemos uma visita guiada de 2 h pela cidade com o Lorenzo. Foi tão bom que o contratamos para o dia seguinte.

Voltamos para Polignano , e jantamos no restaurante Antiche Mura, descoberto pelos meninos e delicioso.



DIA 8

Passamos a manhã e início da tarde no beach club parceiro do nosso hotel, o Lido Tamerici. Praia deliciosa e comida gostosa.



Tomamos um banho no Lido e nos preparamos para seguir para Alberobello.

Contratamos o guia Lorenzo para um passeio guiado de 1:30 h.

 Alberobello e suas casinhas típicas, os Trulli. A palavra vem do latim, ‘’turris” ou “trulla” que significa cúpula. O mais interessante é que essas casas típicas são feitas totalmente de pedras! Sem cimentosem madeirasomente pedra, e são encantadoras as construções, os símbolos nos telhados são, algumas vezes, cristãos, outras pagãos . Alberobello, porém, vai além dos ‘trulli’. 








A cidade é ‘dividida’ em duas partes : uma área quase que completamente residencial, e outra comercial, são elas: Rione Aia Piccola, onde a maioria das construções é residencial ou hotéis. Mais tranquila de conhecer, pois não tem tantas lojas e turistas. E Rioni Monti, onde fica o comércio, principalmente de artesãos e produtos locais. 

Em Rioni Monti é onde encontraremos as atrações  da cidade:



- igreja de Santo Antônio, também feita em forma de ‘trullo’ (singular de Trulli) .



- ‘trulli siameses’. Reza a lenda que a casa, que nos tempos antigos tinha uma entrada só, pertencia a dois irmãos que moravam juntos.  O problema é que ambos eram apaixonados pela mesma donzela e, quando ela foi prometida em casamento ao irmão mais velho, ela se ‘rebelou’ e se casou com o mais novo.Cego de ódio, o ‘irmão traído’, expulsou os dois de casa, porém seu irmão caçula exigiu o que era seu por direito: metade da casa! Ou seja: fizeram duas entradas, uma na frente e outra nos fundos, pois o irmão mais velho ergue um muro no meio da residência porque não queria olhar para o novo casal apaixonado. Por isso os dois telhados que se tornaram famosos como ‘siameses’!



-Casa D’ Amore, o primeiro edifício que utilizou cal em sua construção.



Jantamos no restaurante Trullo D'Oro, comida gostosa e pratos enormes. Provamos os bombetes, uma espécie de carne de porco recheada e orechiette. Não esquecemos do tiramissu delicioso.




DIA 9

Deixamos o último dia nessa região para conhecer as fantásticas e cinematográficas cidadezinhas brancas de Locorotondo, Cisternino , finalizando em Ostuni e sua cidade murada.

Locorotondo:

Toda branquinha, tem casarões adornados por vasos de flores, pracinhas graciosas e belos mirantes para o Valle D’Itria.

 




Cisternino:

A cidade é branquinha, cheia de pracinhas e ocupa uma colina com belíssimas vistas dos arredores. 



Suas ruas brancas ofuscam os olhos durante o dia. Em meio a lojinhas de cerâmica, bares minúsculos e outros lugarzinhos encantadores.






Que na Puglia se "mangia bene "  ninguém discute. Mas Cisternino é uma espécie de templo sagrado para os carnívoros . A tradição local é comer direto da fonte na macelleria( açougue). Você escolhe os cortes no balcão, diz o ponto ideal e espera na mesa . Não dá para não comer uma boa variedade de bombette, bolinhos de carne de porco  recheados de tudo quanto é coisa boa , como falei antes.





Os restaurantes (macelleria)  mais indicados em Cisternino são o  Al Vecchio Fornello, L 'Antico Borgo, Le tre Lanterne. Fomos nesse último que estava aberto para o almoço .

Deixamos um dos filhos no aeroporto de Brindisi e seguimos para Ostuni.

Ostuni:

Tem pouco mais de 30 mil habitantes , entretanto apenas cerca de 3 mil deles moram no centro histórico, que se localiza sobre uma colina a 220m acima do nível do mar. Já é avistada da estrada, imponente e muito branca, porque tudo por lá está sempre recebendo uma nova demão de cal. Por isso mesmo, Ostuni é conhecida como “Cidade Branca”.  Todo seu centro foi, no passado, protegido por muralhas e torres em estilo aragonês.  Atualmente, forma um labirinto de ruelas, pracinhas, escadarias e lindas construções, que só pode ser percorrido a pé.  Hoje, Ostuni vive principalmente do turismo, mas também da produção vinícola e de suas oliveiras, sendo um local especial para provar e comprar azeites.












Jantamos no maravilhoso Osteria del Tempo Perso.









E assim, encerramos esses dias maravilhosos que passamos na Puglia.